A
busca pela felicidade está de acordo com os desejos mais profundos do homem. Na
verdade, trata-se de uma busca sem fim, pois o homem nunca está plenamente
satisfeito e por isso ele está sempre a procurar. A razão trabalha para que o
homem possa ponderar sobre qual caminho seguir tendo em vista a felicidade. Por
outro lado, a razão conduz o homem a questão da justiça e da virtude
O
poder e a liberdade propostos por Sartre abrigam em si a angústia da eterna
busca pelo que desejamos, de um desejo que nunca será plenamente realizado, o
desejo de si. Somos aquele que sempre está em movimento, nunca parados, sempre
inquietos, em busca de algo, desejando a nós mesmos, insatisfeitos. Daí o
desejo de si e a angústia como sentimento daquilo que falta. Sartre está
convicto de que sempre o homem estará envolto nesta busca por algo que lhes
falta.
Lacan
é enfático ao dizer que o desejo é o desejo do nada, uma busca do objeto a.
Aqui Lacan está na mesma linha de reflexão de Sartre. Dito de outro modo, o
desejo constitui aquilo que não se possui. “Jacques-Alain Miller sublinha em “O
ser e o nada” as premissas de uma teoria do sujeito lacaniano. Segundo ele,
Lacan se apoia sobre a noção central de falta, que ele encontra em Sartre, para
construir seu sujeito do inconsciente. Esse último será de fato conceituado como
“falta a ser”, pois o sujeito em questão é sujeito do inconsciente freudiano.”
(Souza e Murta, 2017 p. 34).
Souza
e Murta são esclarecedora quanto a essa paixão pela falta ao afirmarem que “Lacan
importa de Sartre o traço que aproxima a estrutura do desejo a uma “paixão da
perda”. (Souza e Murta, 2017 p. 34)
No
filme um homem (Mathieu) se envolve com uma bela moça (Conchita) que se torna
seu objeto de desejo. Ele tenta possuída de todas as maneiras, seja através do
dinheiro ou do conforto que proporciona, atendendo os desejos de sua amada.
Mathieu está cego e louco de paixão e já não raciocina normalmente, mas se
deixa levar pelo seu desejo. Aliás esse desejo passa a mover a vida as ações de
Mathieu.
A
trama se desenvolve num jogo de gato e rato, onde ele procura atender seu
desejo sexual e ela o desejo de ser amada. Uma frase do filme define bem o que
é o desejo. Diz Conchita a Mathieu “Se eu lhe der o que me pede, não vai me
querer mais”, ou seja, quando se possui um desejo atendido criamos outro. A
moça sabe ou tem medo que quando seu amado possuir o que deseja poderá
deixa-la.
Antes
de tudo Conchita quer ser desejada. Como mulher e adolescente que é, ela quer
ser objeto do desejo do homem. Até como uma necessidade de identidade. O
fundamental do seu jogo, é preservar e intensificar o desejo dele e possui-lo
através do desejo que desperta nele. Outra coisa que deseja é preservar a sua
liberdade, luta o tempo todo para não ser coisificada pelo desejo dele. Parece
que deseja muito amar e ser amada na sua alteridade.
Se
Conchita lhe nega o corpo, ele também lhe nega o casamento. É um jogo duplo na
tentativa de prender pelo desejo. Não temos vítima de um lado e carrasco do
outro, os dois são torturadores e torturados. A cada um lhe escapa, aspectos
obscuros do desejo do outro, tanto porque, o desejo não tem um só objeto, são
múltiplos os objetos do desejo de cada ser humano.
Enfim
o filme nos possibilita aprofundar a reflexão sobre o desejo como falta, como
uma paixão movida pela constante perda de tal maneira que vai moldando a vida e
as ações do indivíduo. Em suma, o estranho que algo possa ser definido pela
falta, pela ausência do seu objeto, mais assim é o desejo. Só podemos desejar
aquilo que não possuímos, a posse do objeto, traz a satisfação e com ela o
desaparecimento do desejo. A posse do objeto, produz a consumação do desejo.
A
busca pela felicidade está de acordo com os desejos mais profundos do homem. Na
verdade, trata-se de uma busca sem fim, pois o homem nunca está plenamente
satisfeito e por isso ele está sempre a procurar. A razão trabalha para que o
homem possa ponderar sobre qual caminho seguir tendo em vista a felicidade. Por
outro lado, a razão conduz o homem a questão da justiça e da virtude
O
poder e a liberdade propostos por Sartre abrigam em si a angústia da eterna
busca pelo que desejamos, de um desejo que nunca será plenamente realizado, o
desejo de si. Somos aquele que sempre está em movimento, nunca parados, sempre
inquietos, em busca de algo, desejando a nós mesmos, insatisfeitos. Daí o
desejo de si e a angústia como sentimento daquilo que falta. Sartre está
convicto de que sempre o homem estará envolto nesta busca por algo que lhes
falta.
Lacan
é enfático ao dizer que o desejo é o desejo do nada, uma busca do objeto a.
Aqui Lacan está na mesma linha de reflexão de Sartre. Dito de outro modo, o
desejo constitui aquilo que não se possui. “Jacques-Alain Miller sublinha em “O
ser e o nada” as premissas de uma teoria do sujeito lacaniano. Segundo ele,
Lacan se apoia sobre a noção central de falta, que ele encontra em Sartre, para
construir seu sujeito do inconsciente. Esse último será de fato conceituado como
“falta a ser”, pois o sujeito em questão é sujeito do inconsciente freudiano.”
(Souza e Murta, 2017 p. 34).
Souza
e Murta são esclarecedora quanto a essa paixão pela falta ao afirmarem que “Lacan
importa de Sartre o traço que aproxima a estrutura do desejo a uma “paixão da
perda”. (Souza e Murta, 2017 p. 34)
No
filme um homem (Mathieu) se envolve com uma bela moça (Conchita) que se torna
seu objeto de desejo. Ele tenta possuída de todas as maneiras, seja através do
dinheiro ou do conforto que proporciona, atendendo os desejos de sua amada.
Mathieu está cego e louco de paixão e já não raciocina normalmente, mas se
deixa levar pelo seu desejo. Aliás esse desejo passa a mover a vida as ações de
Mathieu.
A
trama se desenvolve num jogo de gato e rato, onde ele procura atender seu
desejo sexual e ela o desejo de ser amada. Uma frase do filme define bem o que
é o desejo. Diz Conchita a Mathieu “Se eu lhe der o que me pede, não vai me
querer mais”, ou seja, quando se possui um desejo atendido criamos outro. A
moça sabe ou tem medo que quando seu amado possuir o que deseja poderá
deixa-la.
Antes
de tudo Conchita quer ser desejada. Como mulher e adolescente que é, ela quer
ser objeto do desejo do homem. Até como uma necessidade de identidade. O
fundamental do seu jogo, é preservar e intensificar o desejo dele e possui-lo
através do desejo que desperta nele. Outra coisa que deseja é preservar a sua
liberdade, luta o tempo todo para não ser coisificada pelo desejo dele. Parece
que deseja muito amar e ser amada na sua alteridade.
Se
Conchita lhe nega o corpo, ele também lhe nega o casamento. É um jogo duplo na
tentativa de prender pelo desejo. Não temos vítima de um lado e carrasco do
outro, os dois são torturadores e torturados. A cada um lhe escapa, aspectos
obscuros do desejo do outro, tanto porque, o desejo não tem um só objeto, são
múltiplos os objetos do desejo de cada ser humano.
Enfim
o filme nos possibilita aprofundar a reflexão sobre o desejo como falta, como
uma paixão movida pela constante perda de tal maneira que vai moldando a vida e
as ações do indivíduo. Em suma, o estranho que algo possa ser definido pela
falta, pela ausência do seu objeto, mais assim é o desejo. Só podemos desejar
aquilo que não possuímos, a posse do objeto, traz a satisfação e com ela o
desaparecimento do desejo. A posse do objeto, produz a consumação do desejo.