quinta-feira, 5 de julho de 2018

Análise do filme "Esse obscuro objeto do desejo"


A busca pela felicidade está de acordo com os desejos mais profundos do homem. Na verdade, trata-se de uma busca sem fim, pois o homem nunca está plenamente satisfeito e por isso ele está sempre a procurar. A razão trabalha para que o homem possa ponderar sobre qual caminho seguir tendo em vista a felicidade. Por outro lado, a razão conduz o homem a questão da justiça e da virtude

O poder e a liberdade propostos por Sartre abrigam em si a angústia da eterna busca pelo que desejamos, de um desejo que nunca será plenamente realizado, o desejo de si. Somos aquele que sempre está em movimento, nunca parados, sempre inquietos, em busca de algo, desejando a nós mesmos, insatisfeitos. Daí o desejo de si e a angústia como sentimento daquilo que falta. Sartre está convicto de que sempre o homem estará envolto nesta busca por algo que lhes falta.

Lacan é enfático ao dizer que o desejo é o desejo do nada, uma busca do objeto a. Aqui Lacan está na mesma linha de reflexão de Sartre. Dito de outro modo, o desejo constitui aquilo que não se possui. “Jacques-Alain Miller sublinha em “O ser e o nada” as premissas de uma teoria do sujeito lacaniano. Segundo ele, Lacan se apoia sobre a noção central de falta, que ele encontra em Sartre, para construir seu sujeito do inconsciente. Esse último será de fato conceituado como “falta a ser”, pois o sujeito em questão é sujeito do inconsciente freudiano.” (Souza e Murta, 2017 p. 34).

Souza e Murta são esclarecedora quanto a essa paixão pela falta ao afirmarem que “Lacan importa de Sartre o traço que aproxima a estrutura do desejo a uma “paixão da perda”. (Souza e Murta, 2017 p. 34)

No filme um homem (Mathieu) se envolve com uma bela moça (Conchita) que se torna seu objeto de desejo. Ele tenta possuída de todas as maneiras, seja através do dinheiro ou do conforto que proporciona, atendendo os desejos de sua amada. Mathieu está cego e louco de paixão e já não raciocina normalmente, mas se deixa levar pelo seu desejo. Aliás esse desejo passa a mover a vida as ações de Mathieu.

A trama se desenvolve num jogo de gato e rato, onde ele procura atender seu desejo sexual e ela o desejo de ser amada. Uma frase do filme define bem o que é o desejo. Diz Conchita a Mathieu “Se eu lhe der o que me pede, não vai me querer mais”, ou seja, quando se possui um desejo atendido criamos outro. A moça sabe ou tem medo que quando seu amado possuir o que deseja poderá deixa-la.

Antes de tudo Conchita quer ser desejada. Como mulher e adolescente que é, ela quer ser objeto do desejo do homem. Até como uma necessidade de identidade. O fundamental do seu jogo, é preservar e intensificar o desejo dele e possui-lo através do desejo que desperta nele. Outra coisa que deseja é preservar a sua liberdade, luta o tempo todo para não ser coisificada pelo desejo dele. Parece que deseja muito amar e ser amada na sua alteridade.

Se Conchita lhe nega o corpo, ele também lhe nega o casamento. É um jogo duplo na tentativa de prender pelo desejo. Não temos vítima de um lado e carrasco do outro, os dois são torturadores e torturados. A cada um lhe escapa, aspectos obscuros do desejo do outro, tanto porque, o desejo não tem um só objeto, são múltiplos os objetos do desejo de cada ser humano.

Enfim o filme nos possibilita aprofundar a reflexão sobre o desejo como falta, como uma paixão movida pela constante perda de tal maneira que vai moldando a vida e as ações do indivíduo. Em suma, o estranho que algo possa ser definido pela falta, pela ausência do seu objeto, mais assim é o desejo. Só podemos desejar aquilo que não possuímos, a posse do objeto, traz a satisfação e com ela o desaparecimento do desejo. A posse do objeto, produz a consumação do desejo.

A busca pela felicidade está de acordo com os desejos mais profundos do homem. Na verdade, trata-se de uma busca sem fim, pois o homem nunca está plenamente satisfeito e por isso ele está sempre a procurar. A razão trabalha para que o homem possa ponderar sobre qual caminho seguir tendo em vista a felicidade. Por outro lado, a razão conduz o homem a questão da justiça e da virtude

O poder e a liberdade propostos por Sartre abrigam em si a angústia da eterna busca pelo que desejamos, de um desejo que nunca será plenamente realizado, o desejo de si. Somos aquele que sempre está em movimento, nunca parados, sempre inquietos, em busca de algo, desejando a nós mesmos, insatisfeitos. Daí o desejo de si e a angústia como sentimento daquilo que falta. Sartre está convicto de que sempre o homem estará envolto nesta busca por algo que lhes falta.

Lacan é enfático ao dizer que o desejo é o desejo do nada, uma busca do objeto a. Aqui Lacan está na mesma linha de reflexão de Sartre. Dito de outro modo, o desejo constitui aquilo que não se possui. “Jacques-Alain Miller sublinha em “O ser e o nada” as premissas de uma teoria do sujeito lacaniano. Segundo ele, Lacan se apoia sobre a noção central de falta, que ele encontra em Sartre, para construir seu sujeito do inconsciente. Esse último será de fato conceituado como “falta a ser”, pois o sujeito em questão é sujeito do inconsciente freudiano.” (Souza e Murta, 2017 p. 34).

Souza e Murta são esclarecedora quanto a essa paixão pela falta ao afirmarem que “Lacan importa de Sartre o traço que aproxima a estrutura do desejo a uma “paixão da perda”. (Souza e Murta, 2017 p. 34)

No filme um homem (Mathieu) se envolve com uma bela moça (Conchita) que se torna seu objeto de desejo. Ele tenta possuída de todas as maneiras, seja através do dinheiro ou do conforto que proporciona, atendendo os desejos de sua amada. Mathieu está cego e louco de paixão e já não raciocina normalmente, mas se deixa levar pelo seu desejo. Aliás esse desejo passa a mover a vida as ações de Mathieu.

A trama se desenvolve num jogo de gato e rato, onde ele procura atender seu desejo sexual e ela o desejo de ser amada. Uma frase do filme define bem o que é o desejo. Diz Conchita a Mathieu “Se eu lhe der o que me pede, não vai me querer mais”, ou seja, quando se possui um desejo atendido criamos outro. A moça sabe ou tem medo que quando seu amado possuir o que deseja poderá deixa-la.

Antes de tudo Conchita quer ser desejada. Como mulher e adolescente que é, ela quer ser objeto do desejo do homem. Até como uma necessidade de identidade. O fundamental do seu jogo, é preservar e intensificar o desejo dele e possui-lo através do desejo que desperta nele. Outra coisa que deseja é preservar a sua liberdade, luta o tempo todo para não ser coisificada pelo desejo dele. Parece que deseja muito amar e ser amada na sua alteridade.

Se Conchita lhe nega o corpo, ele também lhe nega o casamento. É um jogo duplo na tentativa de prender pelo desejo. Não temos vítima de um lado e carrasco do outro, os dois são torturadores e torturados. A cada um lhe escapa, aspectos obscuros do desejo do outro, tanto porque, o desejo não tem um só objeto, são múltiplos os objetos do desejo de cada ser humano.

Enfim o filme nos possibilita aprofundar a reflexão sobre o desejo como falta, como uma paixão movida pela constante perda de tal maneira que vai moldando a vida e as ações do indivíduo. Em suma, o estranho que algo possa ser definido pela falta, pela ausência do seu objeto, mais assim é o desejo. Só podemos desejar aquilo que não possuímos, a posse do objeto, traz a satisfação e com ela o desaparecimento do desejo. A posse do objeto, produz a consumação do desejo.

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